Atualizado por último em setembro de 2022
Sócia Diretora na AW Comunicação
Em tempos de tanta intolerância, polarização, pressão por resultados e sucessivas crises, como as empresas podem manter o bom clima organizacional, promovendo interação positiva entre suas equipes? A resposta pode estar na metodologia da Comunicação Não-Violenta, que traz caminhos interessantes para se lidar com o confronto de ideias no dia a dia do trabalho.
Engana-se quem pensa que praticar a Comunicação Não-Violenta é desenvolver um comportamento passivo, de aceitar tudo sem questionar, “engolir sapos” ou o famoso “prefiro ter paz do que ter razão”. Na verdade, quando agimos assim, de forma submissa, estamos sendo violentos com um dos personagens mais importantes do processo de comunicação: nós mesmos! Aceitar tudo o que é apresentado sem esboçar qualquer tipo de reação gera angústias e frustrações que, mais cedo ou mais tarde, podem transbordar em uma explosão violenta.
Mas, então, como ser “não-violento” mesmo quando precisamos discordar, questionar, recusar? Primeiramente, entendendo que é possível dizer tudo o que precisa ser dito, sem agressividade. Discordar respeitosamente é um aprendizado contínuo. Precisamos aprender a dizer NÃO e, também, aprender a receber NÃOS sem achar que isso é agressivo ou que as pessoas ‘não gostam mais de nós’ porque nos disseram não.
Praticar a Comunicação Não-Violenta implica abster-se de julgamentos frente a fatos e relatos, além de uma compreensão profunda dos nossos próprios sentimentos. Implica desenvolver verdadeiramente a empatia, que é algo muito mais intenso do que o modismo de apenas se dizer empático. É projetar-se verdadeiramente na realidade do outro, compreendendo que todo o comportamento e temperamento são resultados de uma história de vida. Implica desenvolver a chamada escuta ativa, que consiste em demonstrar interesse no que o outro tem a dizer, incentivando-o a se expressar, colocando-se inteiramente na comunicação, sem dividir a atenção com celular, computador ou outros ruídos.
Desenvolvendo comportamentos francos, sem medo do enfrentamento sincero – porém compassivo – é certamente uma forma de fortalecermos nossos relacionamentos pessoais e profissionais. Criar ambientes em que se perceba que a diversidade é enriquecedora, que os pensamentos divergentes proporcionam ações mais plurais e pessoas mais livres faz empresas e cidadãos mais saudáveis.
O que é a CNV?
Apesar de estar tão em evidência hoje em dia, a metodologia da Comunicação Não-Violenta foi criada no início dos anos 1960, pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg. Ele atuava com mediação de conflitos e desenvolveu o método no auge da Guerra Fria, das discussões sobre segregação racial e movimentos a favor dos direitos humanos nos Estados Unidos. Para Rosenberg, a CNV é uma abordagem que propõe a compreensão das habilidades de comunicação humana possibilitando maior conexão por meio da compaixão. O termo “não-violenta”, segundo o autor, foi inspirado na definição de Gandhi, pacifista indiano.
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