Atualizado por último em junho de 2022
Especialista em Marketing Imobiliário
Curitiba é uma cidade em franco desenvolvimento. Ao caminhar por suas quadras, não demora e se percebe uma nova obra, um lançamento, um empreendimento imobiliário nascido de um terreno vago, de uma ou mais casas antigas que saem da paisagem para dar lugar ao novo, à verticalização, que é marca do crescimento urbano.
Em um mercado tão valioso a busca pelo market share não podia ser diferente: é visceral.
Nos últimos cinco anos – consequência da contínua baixa na taxa de remuneração do dinheiro pelos agentes financeiros e da insegurança em alguns mercados – muitos investidores de outras áreas da economia migraram para a construção civil, investindo em terrenos estratégicos e até mesmo criando suas próprias marcas para incorporar e comercializar imóveis, em sua maioria contemporâneos, que acabam por dar à cidade um ar renovado, um frescor jovial em endereços tradicionais que se reinventam. Esses players aprenderam rapidamente o ofício de transformar ruas tranquilas ou notórias em obras-marco do nosso tempo.
É possível classificar essas empresas (aos olhos do marketing) – algumas novíssimas outras nem tanto – em três modelos básicos de gestão, de visão estratégica e de modus operandi:
Há aquelas que começaram recentemente a pavimentar seu caminho em direção a um tamanho ideal, mas que tem pressa em crescer. São exemplos da boa ambição empresarial. Essas companhias são mais ousadas, experimentam mais, tem empreendimentos com arquitetura limpa, descontaminada, sem fachadismos. E arriscam mais também em suas estratégias de comercialização. Normalmente enxergam o mercado como status a ser modificado e seus empreendimentos refletem uma visão pró design, dentre elas podemos destacar a inovadora incorporadora MDGP, as empresas conceito como Neolar, Idèe e Pacific, além da surpreendente Rottas.
Há, no mercado regional, aquelas incorporadoras e construtoras cujo valor mais evidente de marca está na capacidade de replicar a inovação (muito bem aceita pelos consumidores em época de economia criativa) e que atuam em equilíbrio bastante ajustado entre a concepção do produto e sua construção, primando pela qualidade construtiva e por perenizar atributos que fidelizam o comprador. São empresas com um share de mercado relevante e que crescem em ótimo ritmo há muitos anos.
Nesse segmento destacam-se a Swell, Vanguard, Piemonte, Monarca, Adriática, Paysage, Porto Feliz, Hype, a Piacentini e a Prestes. Essas duas últimas, construtoras que no difícil mercado de residências e apartamentos populares se notabilizaram por aperfeiçoar um tipo de produto que originalmente nasceu ruim.
Operando com gestão austera e objetivo de obter boa lucratividade através da soma do rigoroso controle de custos, da boa velocidade de vendas e do desenvolvimento constante de tecnologia construtiva, atuam empresas com as engenharias civil e financeira bastante desenvolvidas. São marcas notórias por sua força institucional. Essas companhias são herdeiras de um modelo corporativo tradicional (porém, jamais ultrapassado) no qual a substância técnica se soma ao desenvolvimento do produto imobiliário. Elas detém os segredos da produção imobiliária continuada por décadas, são sólidas e saudáveis por essência: Porto Camargo, Canet Júnior, Terrasse, Hugo Peretti, Giacomazzi e Tomazi se projetam como algumas das mais reconhecidas.
Construir é ocupar espaços de modo parametrizado, é materializar no terreno a sua vocação. O mercado imobiliário de Curitiba não fibrila apenas pelas mãos das grandes construtoras, as notáveis de menor porte tem escrito uma admirável história de inovação na construção civil, criando empreendimentos que reúnem funcionalidade, design e qualidade construtiva. Todos em endereços de elevado valor percebido.
Esses são os aspectos determinantes para o comprador ter acesso a um patrimônio com ótimos índices de valorização ao longo do tempo e essas são, portanto, empresas que constroem patrimônios de qualidade.
A julgar pelo perfil que se desenha no mercado regional, a multiplicação das construtoras é sinal de vitalidade econômica e reflexo de um cenário que oferece ao comprador uma gama variada de imóveis bons, bem planejados e com índices de rentabilidade e liquidez acima da média.
Nesse contexto, um fator se torna determinante no plano de voo dessas notáveis construtoras: medir com atenção – e periodicamente – a demanda mercadológica, a fim de se evitar a superoferta por nichos, fantasma que levou ao caos o mercado no final da década de 1990 e que recentemente assustou aos construtores de apartamentos compactos.
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