Atualizado por último em agosto de 2023
Especialista em Marketing Imobiliário
Segundo especialistas em economia no Brasil e no exterior, nosso país desponta como uma das ilhas mundiais de desenvolvimento para os próximos dois anos. Os índices utilizados para medir a dinâmica econômica no país apontam para o viés de baixa da taxa de desemprego, a queda ritmada da inflação, a quebra de recordes de produção agrícola e uma sensível elevação na taxa no desenvolvimento do ramo de serviços.
Esse cenário é favorável para a queda gradual da taxa SELIC, que vinha alimentando especuladores país afora, retirando do mercado parte relevante do dinheiro circulante, necessário para investimentos em projetos que movimentam a economia, em amplo espectro.
Se consolidado esse prisma (que se anuncia, mas ainda envolto em certa névoa) cria-se uma realidade favorável à discussão do reaparelhamento da indústria nacional, combalida, especialmente nos últimos cinco anos. O processo de desindustrialização nacional vem mais forte desde os anos 2000, mas o impacto nesse segmento, responsável pelo maior quantum do PIB, é revelador de um descaso de sucessivas administrações públicas, tanto da direita liberal quanto da esquerda dita progressista.
A reforma tributária, se executada de modo eficaz, tende a criar um ambiente de investimentos e uma rara janela para rever o modelo de nosso parque de manufatura, tanto quanto aos serviços ligados a ele, incluindo a logística.
Podemos perceber que o alinhamento dos astros parece, mais uma vez, favorecer nosso país em um momento de perdas e incertezas mundo afora.
Isso não é novidade, no primeiro mandato do presidente Lula vivemos um clima similar, com o governo tendo ainda mais força no Congresso para promover mudanças sensíveis ao desenvolvimento industrial, mas recuando inexplicavelmente, na época. Naquela ocasião, preferimos investir em cosmética ao optar por obras de resultado perene.
Ficamos a ver navios, tendo nos projetos superfaturados uma realidade que acabou por conduzir a uma Copa do Mundo ridiculamente fora de hora.
A administração petista é perigosa e fluída. Joga para a torcida, que nesse caso se satisfaz com a correção dos valores do Bolsa Família ou com alguns benefícios cujo valor se liquefaz em meio à necessidade real de qualificar o país como uma alternativa fabril em nível mundial.
Fato é que se tudo correr como o esperado, em um semestre ou pouco menos a taxa de juros estará em queda franca, forçando os investidores a buscarem novos modos de remunerar seu patrimônio líquido.
Surgem no cenário os exemplos de sempre: os mercados de imóveis, de tecnologia e de ações. Mas fica igualmente atraente investir e reinvestir o dinheiro na roda econômica produtiva.
É hora de repensar a indústria de modo a reinseri-la como opção no portfólio de investimentos em nosso país, de modo a aprimorar a produtividade laboral e oferecer um modelo de crescimento baseado em produção e nos serviços e não na especulação monetária. Ponto para o governo.
A hora de mudar de drive nos investimentos se anuncia e é tempo dos administradores que promoverão as reformas esperadas olharem com atenção para quem beneficia, manufatura e consolida a indústria como uma opção das mais lucrativas, em nível mundial, muito embora nossa produtividade tenha flertado com a ineficiência ano após ano. Difícil ser eficiente em meio ao caos que se instalou no parque industrial nacional.
É imprescindível que na pauta desse “novo” governo o tema desindustrialização brasileira seja tratado de modo frontal, com coragem e sem escusas, sem mentiras, sem a manipulação de dados que já é assinatura de um padrão governamental que vai escrevendo as regras à medida em que o jogo se desenrola.
A automação nos toma postos de emprego, é fato. Mas ainda é número irrelevante diante do que a incompetência política tem causado a todos os segmentos da indústria nacional que, apesar dos pesares permanece em pé e pode vir a se converter, mais uma vez, em ótima opção de investimentos de médio prazo.
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