Atualizado por último em agosto de 2022
Especialista em Marketing Imobiliário
O final de Segunda Grande Guerra marcou o início de um novo momento no desenvolvimento da indústria mundial. A pressão pela vitória acelerou a destruição na mesma medida em que desenvolveu os parques fabris de parte a parte.
A comunidade judaica, massacrada pelo horror do holocausto e pela perseguição sem precedentes dos nacionais fascistas, inicia o processo de reestruturação de sua gente, marcada pela educação de uma nova geração para a vida profissional, com enfoque em empreender e, assim, gerar riqueza a partir das cidades arrasadas da Europa.
“Mesmo no caos das cidades destruídas, havia ali uma oportunidade” me disse certa vez Elie Horn.
Esse processo de reeducação prática, em complemento à milenar tradição teórica conduziu o povo judeu a um conceito inovador em suas atividades de fabricação, de prestação de serviços e mesmo nas profissões liberais.
O Animus Vivendi, ou Living Soul, era o novo modo de encarar, com fervor, aquela nova chance que a vida lhes oferecia e, com a alma e força vital, reestruturar o que sobrou das famílias que se perderam pelo diabólico movimento hitlerista. E foi esse pensamento, transferido para os negócios, que alterou de modo irreversível a maneira de criar produtos, de celebrar contratos e monetizar serviços em todo o mundo pós-guerra.
Trata-se do ânimo de viver. Trata-se, objetivamente, de encarar os desafios da vida (e das profissões) de modo direto, com energia, com vontade de aprender novas técnicas, com vontade de experimentar caminhos e aplicar a criatividade para inovar sempre que possível, buscando o ótimo resultado entre a técnica fabril, o lucro e o “espírito do produto”. Tal conceito encontra no arquiteto polono-brasileiro Jorge Zalszupin seu maior representante na América do Sul. E suas obras revelam como, de modo brilhante, ele materializava esse pensamento.
A construção civil é uma das mais relevantes áreas de aplicação dessa filosofia. Por se tratar de produtos manufaturados, os empreendimentos imobiliários em fase de idealização buscam se fundir ao comportamento do comprador e muitos debates são travados acerca de seus hábitos diários... e muito se estuda a respeito da valorização monetária desse ativo sólido.
Há inequívoca busca pela alma do produto.
“Para empreender na construção é preciso vontade de agir”, já escutei, em entrevista, Romeu Chap Chap.
Embora o pensamento do “espírito de viver” seja muito antigo e tenha sido devidamente apropriado do direito romano, ele representa decididamente a vontade de dar forma ao novo, de positivar uma posição de não se permitir desistir de uma idealização sem tentar… e de tentar até o limite.
É com esse mesmo ânimo de fazer, de revolucionar, de ocupar espaços, que jovens empresários ao redor da Terra desenvolvem negócios, com base no preceito da inovação, da prototipagem e da persistência.
Há, na geração Z, muito da força intensa daqueles judeus sobreviventes.
Passados setenta e sete anos do Dia D, vivemos um momento raro, no qual assistimos o despertar de uma nova era, na qual a tecnologia nos impulsiona por desafios nunca imaginados, senão por Júlio Verne.
Nos resta agora, de posse plena do espírito de construir produtos cada vez mais avançados e sustentáveis, não mais nos recusarmos a levar aos vulneráveis nossos avanços, nossa tecnologia, nosso animus vivendi.
Já se sabe que a vontade de viver é contagiosa.
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