Atualizado por último em julho de 2024
CEO da Brain Inteligência Estratégica
Os consumidores enfrentam diversas barreiras econômicas na jornada de compra imobiliária. A falta de recursos para pagamento da entrada e as dificuldades no acesso ao crédito são os obstáculos mais comuns. Essas barreiras financeiras, aliadas à instabilidade no emprego e às incertezas econômicas podem criar um cenário desafiador, especialmente para as classes sociais mais baixas, dificultando a concretização do sonho da casa própria.
Em uma de nossas pesquisas recentes com consumidores, identificamos que os três fatores econômicos mais críticos na decisão de compra de um imóvel são a estabilidade no emprego (46%), as condições favoráveis no mercado imobiliário (44%) e as perspectivas futuras para a economia do país (33%).
Com uma renda muitas vezes mais limitada e menos reservas financeiras em comparação às classes sociais mais altas, para a classe C, a segurança de um emprego estável oferece uma base fundamental de confiança financeira para a decisão de compra de um imóvel. Dessa forma, para este público, a estabilidade no emprego é ainda mais relevante, e mencionada por quase 6 em cada 10 pessoas.
Já para a classe A, o fator econômico mais relevante para a decisão de compra são as condições de mercado, destacado por 54% do público. Essas pessoas têm maior propensão a fazer escolhas baseadas em oportunidades de investimento, como comprar imóveis em momentos de mercado favorável, quando as taxas de juros estão baixas e há potencial de valorização.
Mas além destes fatores, qual é, afinal, o maior obstáculo para a compra de um imóvel na visão dos consumidores? Na média brasileira, a maior barreira é o desejo de não se mudar de onde mora atualmente. Esse é o fator mais relevante para 37% do público, e pode ocorrer devido ao apego emocional à sua residência atual, onde construíram memórias e vínculos afetivos; à familiaridade com a vizinhança e conveniência da rotina local; à proximidade com a escola dos filhos; e até mesmo ao estresse percebido no processo de mudança.
Na classe A esse fator é ainda mais relevante, sendo a principal barreira para quase metade das pessoas (47%). Este público costuma já possuir conforto e estabilidade proporcionados pela sua residência atual, além de exigências e expectativas mais elevadas em relação ao novo imóvel desejado. Nesse cenário, cabe mencionar que as pessoas inseridas nessa classe social foram as que mais destacaram a dificuldade de encontrar o imóvel de desejo (17%). Essa barreira é 70% maior do que na classe B, e muito maior do que na classe C. Na classe C, por outro lado, os aspectos financeiros falam mais alto: a falta de recursos para pagamento da entrada é o maior obstáculo enfrentado, sendo destacado por 36% das pessoas.
Ainda nesse contexto, vale reforçar que as políticas habitacionais desempenham um papel crucial em facilitar o acesso da população a moradias. Para muitas pessoas, essas políticas representam a oportunidade viável de adquirir um imóvel, proporcionando condições financeiras mais acessíveis e facilitando o financiamento através de taxas de juros reduzidas ou programas de crédito facilitado. Em nossa pesquisa, 73% das pessoas atribuíram algum grau de importância para essas políticas, sendo extremamente ou muito importantes para 43% delas.
É crucial reconhecer as barreiras que influenciam a jornada de compra de um imóvel, pois cada atributo desempenha um papel significativo nas decisões dos consumidores. Ao entender esses desafios e necessidades, profissionais do setor podem oferecer soluções que não apenas atendam às expectativas, mas contribuam para superar estes obstáculos.
Espero que os dados de nossa pesquisa e os insights que compartilhei possam gerar reflexão sobre a jornada de compra de seus clientes e contribuir com seu negócio. Se desejar, você pode baixar o relatório completo da pesquisa através deste link.